ANÁLISE DOS SURTOS NOTIFICADOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1995 E 2008

Laurí Mayer, Wladimir Padilha da Silva

Resumo


O consumo de alimentos e água contaminados com microrganismos ou substâncias químicas pode provocar doenças transmitidas por alimentos (DTAs). Neste trabalho foram analisados os surtos de DTAs notificados no Estado de São Paulo entre 1995 e 2008 a partir da base de dados do Centro de Vigilância Epidemiológica de SP. Os resultados mostraram que neste período foram notificados 3.115 surtos, com 99.689 doentes e 44 mortes. O maior número de surtos ocorreu em residências (28,2%), creches (11,6%), restaurantes (10,1%), escolas (6,4%) e festas (4,3%), sendo que em 22,2% dos surtos o local de ocorrência não foi identificado. Os alimentos mistos foram os mais envolvidos (25%), seguidos pelo contato pessoa-pessoa (6,4%), água (4,9%), farináceos (3,2%), carnes vermelhas (2,5%), pescado (2,3%) e ovos e produtos de ovos (1,9%), sendo que em 47% dos surtos o alimento responsável não foi identificado. Nas creches e escolas o vírus da hepatite A e rotavírus foram os microrganismos mais envolvidos, causando juntos 47,6% e 39,7% dos surtos, respectivamente. Nas festas, restaurantes e residências Salmonella sp. foi o principal microrganismo, causando 29,1%, 10,8% e 6,2% dos surtos, respectivamente. Dos 44 óbitos confirmados, 34% dos surtos foram em residências e em 25% desses surtos o agente etiológico não foi identificado. Dos principais microrganismos envolvidos, Salmonella sp. apresentou o maior declínio do número de surtos a partir de 2001, acumulando uma queda de 84% até 2008, sugerindo que a população está mais consciente em relação aos cuidados no preparo e armazenamento dos alimentos.

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DOI: 10.3895/S1981-36862009000200010

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