Cortes de carne: desenredando natureza-culturas ocidentais [tradução de “Cuts of meat: disentangling western nature-cultures”]

Emily Yates-Doerr, Annemarie Mol, Luisa Reis Castro (tradução)

Resumo


Antropólogas e antropólogos, ávidos por trazer à tona a originalidade dos povos por elas estudados, afirmam que, em contraste com uma “natureza” única no Ocidente, ontologias ameríndias possuem muitas naturezas. Mas será que relatos fascinantes sobre maneiras ameríndias de fazer-o-mundo [world-making] devem presumir tanto sobre o “Ocidente”? É sobre isso que temos dúvidas. Tomando “Ocidental” não como uma região mas como um estilo, nós exploramos as relações animal/humano ocidentais através da descrição de várias maneiras de colocar em cena [enact] “carne.” Usando excertos — cortes — dos nossos materiais etnográficos, contrastamos o investimento no sabor de cordeiros em um açougue espanhol com a preocupação em relação à contaminação de carnes nas normas de segurança da FAO (do inglês Food and Agriculture Organization). A seguir, nós justapomos as “carnes” relevantes em duas aulas em uma escola profissionalizante no altiplano guatemalteco. Em uma, a carne é a peça central de um prato cuidadosamente arranjado, ao passo que a outra se preocupa com os nutrientes que a carne contém. A “carne Ocidental”, então, não é uma. É múltipla. 


Palavras-chave


carne; naturalismo; múltiplo; ontologia; prática; Ocidental

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DOI: 10.3895/rts.v15n35.8181

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