Para uma economia política da água: contribuição ao debate sobre sociedade, tecnologia e meio ambiente
Resumo
O objetivo central nesse artigo é analisar a problemática da água no contexto mais geral das relações entre sociedade, tecnologia e meio ambiente. Parte-se de duas hipóteses principais: a primeira é que uma nova dimensão da produção capitalista da natureza vem transformando consideravelmente as relações sociais com o mundo natural nas últimas décadas; a segunda é que uma parte considerável do planeta vem sendo confrontada com uma rigorosa escassez de água. A perspectiva de que aqui se parte para testar essas hipóteses é a que vem sendo chamada de ecologismo dos pobres. Em termos metodológicos, o estudo sobre a crise da água – considerada um problema não apenas natural, mas sócio-ecológico – se apoiou nos métodos histórico e estatístico. Os resultados indicam, de um lado, que as relações sociais com o mundo natural vêm, de fato, sendo transformadas pela produção capitalista da natureza nos últimos decênios; mas, de outro, que a hipótese de uma rigorosa escassez de água não se sustenta. O que parece haver é apropriação privada de água, com o emprego de tecnologias avançadas, para a realização de polpudos lucros. A contrapartida é o acesso restringido de parcelas consideráveis da população mundial à água para a satisfação de suas necessidades básicas.
Texto completo:
PDFDOI: 10.3895/rts.v4n7.2526
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2008 CC-BY
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.