O uso de sinais provisórios na Libras no contexto do ensino superior na área de saúde.

Rita de Cássia Maestri, Silvia Andreis-Witkoski, Bruno Pierin Ernsen, Luciana Dantas Ruiz

Resumo


A presença dos surdos no ensino superior na área da saúde começa a se tornar mais significativa somente a partir do Decreto n.º 5.626/2005, que estabeleceu o direito ao intérprete-tradutor (TILS) de Libras, sem ônus para esse alunado. Desta forma, como só os surdos podem criar sinais, e por entrarem tardiamente nos cursos do ensino superior, há poucos sinais nessa área. Assim, a principal estratégia utilizada para suprir um sinal na hora da interpretação, segundo os dados da presente pesquisa, é a soletração manual da palavra correspondente, na maioria das vezes acompanhada da sinalização de seu conceito. Outra prática recorrente depois da soletração é a criação de um sinal provisório para a palavra em questão. Debruçar-se sobre o uso dessas estratégias, em especial da criação desses sinais provisórios, apresentar implicações para a qualidade de interpretação e, por conseguinte, para a aprendizagem desse alunado constitui-se o objetivo fulcral do presente artigo. Para tal optou-se por uma pesquisa quantitativa, utilizando-se como instrumento um questionário bilíngue (Libras/Português), que foi respondido por 48 surdos em formação ou já formados em cursos da área da saúde. Os resultados apontaram para o fato de que a ausência de sinais prejudica o processo de interpretação e que, diante dessa situação, a criação de sinais provisórios é bastante recorrente. Sobre como se dá a criação desses sinais, observou-se o uso preferencial da lógica visual para expressar seu significado, sendo que alguns deles, posteriormente, deixaram de ser provisórios ao serem validados pela comunidade surda.


Palavras-chave


Libras; Sinais provisórios; Surdos; Ensino superior

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DOI: 10.3895/rtr.v9n0.18388

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