Revista de Letras

 

A Revista de Letras (ISSN: 2179-5282) tem como função divulgar produções acadêmicas que contribuam para o avanço dos estudos na área de Letras, de caráter teórico, experimental ou aplicado.

Publica artigos, resenhas e ensaios (português, espanhol, inglês, francês) com periodicidade de dois volumes por ano.

Revista indexada nas seguintes bases: Google Acadêmico, Portal de Periódicos Capes, DOAJ,  DIADORIM e LIVRE.


Chamada de ensaios e artigos para 2024

 

 

 

 V.26, n.48 (2024)

Dossiê: Materialidades do sentido e suas tecnologias

 

A chamada para este dossiê se pauta na relação indissociável entre linguagem, cultura e sociedade, acentuando sua articulação com os meios técnicos pelos quais os seres humanos se expressam e produzem sentido. Partindo da premissa de que o caráter simbólico da linguagem permite ao humano, inserido numa cultura particular, expressar-se por meio de diferentes materialidades significantes, os trabalhos esperados dentro dessa temática investigam as interfaces possíveis entre diferentes linguagens e os recursos técnicos que lhes dão suporte. Interessam, assim, trabalhos que investiguem como diferentes tecnologias, entendidas como produções artificiais humanas a partir de elementos naturais (CUPANI, 2012), transformam práticas de produção de sentido adotadas por seres linguageiros. Para abordar tal temática, o dossiê contempla temas de especial interesse voltados às interfaces entre tecnologia, linguagem e suas materialidades, cujos aspectos abordados podem transitar por investigações sobre a leitura e a escrita em diferentes mídias; análises de produções – linguísticas ou de outras bases semióticas – geradas por inteligência artificial; reflexões sobre a apropriação de meios técnicos e suas implicações para os processos de produção de sentido em múltiplas linguagens e suas materialidades (tais como na fotografia, no cinema e no audiovisual, nas artes plásticas, no teatro etc.); ponderações sobre a constituição das subjetividades contemporâneas, afetadas por formas contemporâneas de organização social e de comunicação, articuladas com recursos tecnológicos que permitem diferentes experiências estéticas, como as redes sociais, o audiovisual on demand, as plataformas colaborativas; os regimes de sentido e de presença que permeiam as práticas sociais contemporâneas nas relações e usos das tecnologias, linguagens e suas materialidades.
 
Organizadoras: Paula Ávila Nunes (UTFPR) e Carolina Fernandes da Silva Mandaji (UTFPR)
 
Prazo para submissão - 15/06/2024
Previsão de publicação - Setembro de 2024
 
 

V.26, n.49 (2024)

Dossiê: Teoria francesa: o que resta

 

“Teoria Francesa”, aqui, é uma tradução para a expressão “French Theory”, a qual, por sua vez, traduz, no âmbito da academia estadunidense, a impressão de coesão que emerge sob certo olhar lançado à distancia para a história da filosofia francesa do último quarto do século XX (cf. Cusset, 2008; Alfandary, 2022). Expressão controversa, sobretudo pelo efeito de aglutinação, a título de um movimento coerente, de obras díspares entre si e de nomes de autores que nunca se consideraram parte de uma pretensa escola de pensamento, a exemplo de Jacques Derrida, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Jean-François Lyotard, Jacques Rancière, Alain Badiou, Jean-Luc Nancy, Philippe Lacoue-Labarthe, Jacques Lacan, Félix Guattari, Louis Althusser, Julia Kristeva, Hélène Cixous, Bruno Latour. Não obstante, mostra-se decisiva para todos esses autores a “questão da língua”, como observa Isabelle Alfandary (2022, p. 61), para quem “[s]e fosse necessário encontrar uma temática para reunir estes últimos sob uma bandeira comum, essa poderia ser a da tradução”: não apenas entre línguas naturais, mas também entre discursos e entre disciplinas. Daí certo hábito, consolidado a partir da chamada “virada linguística” nas humanidades, e sobretudo nos estudos literários, de se referir à Teoria Francesa e seus desdobramentos anglófonos simplesmente como “Teoria” (cf. Culler, 1999), e, consequentemente, de se tomar o período que se segue à sua idade de ouro (1960-1990) como um “After Theory”, para evocar a célebre fórmula de Terry Eagleton (2005). Mais recentemente, sobretudo nos Estados Unidos e na França, mas também no Brasil, no debate público em torno do “woke” e do “wokismo”, tem-se associado a Teoria Francesa à emergência das filosofias e políticas identitárias contemporâneas, ao mesmo tempo em que se decreta a necessidade de sua superação como suposta ideologia niilista e anti-humanista (cf. Forest, 2023). No aniversário das mortes de dois de seus maiores nomes – Michel Foucault (1926-1984) e Jacques Derrida (1930-2004) –, este número da Revista de Letras (UTFPR) acolherá artigos em torno do tema “Teoria Francesa: o que resta”, com vistas aos três seguintes eixos de questões:

(1) O QUE RESTA DA TEORIA FRANCESA. Pensando-se, é claro, na franquia “Foucault, Derrida, Deleuze & Cia.” (Cusset, 2008), mas considerando-se, com Alfandary (2022, p. 60-61), que “[a] French Theory não é exclusivamente francesa”, fazendo-se necessário acrescentar ao repertório em questão nomes como os de Giorgio Agamben, Judith Butler, Homi Bhabha, Edward Said, Slavoj Zizek, Antonio Negri, Fredric Jameson, Gayatri Spivak, entre outros, de que autores e obras da Teoria Francesa pode-se dizer que permanecem relevantes nos estudos literários e culturais, dentro e fora do Brasil, e por quê?;

(2) O QUE RESTA NA TEORIA FRANCESA. Se se considera, ainda com Alfandary (2022, p. 64), que algo em comum entre diversos nomes da Teoria Francesa é o de serem todos “grandes leitores e comentadores da filosofia alemã” – Kant, Hegel, Nietzsche, Marx, Freud, Husserl, Heidegger –, seria preciso atentar também para aquilo que restaria de uma tradição teórica na outra, de uma através da outra. O que teria se transmitido, afinal, ao modo de “contrabando”, desses autores alemães e suas obras, através da recepção da Teoria Francesa em contextos acadêmicos diversos?;

(3) A TEORIA FRANCESA É O QUE RESTA. Por outro lado, não se poderia dizer da Teoria Francesa ser ela justamente “o que resta”, isto é, aquilo que se deixa rastrear, atualmente, em discursos e práticas diversos sem associação explícita a certos nomes de autores ou de obras? Se o “After Theory” postulado por Eagleton (2005, p. 13) não se deixa confundir com o retorno a “uma idade de inocência pré-teórica”, qual seria, afinal, o legado anônimo da Teoria Francesa nos estudos literários e culturais contemporâneos: temas, objetos, conceitos, estilos?


Referências

ALFANDARY, Isabelle. Porque a “French Theory” não existe. Trad. de Ivi F. Villar. Qorpus (UFSC), v. 12, n. 3, p. 57-74, ago. 2022.

CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma introdução. Trad. de Sandra Vasconcelos. São Paulo: Beca, 1999.

CUSSET, François. Filosofia francesa: a influência de Foucault, Derrida & Cia. Trad. de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2008.

EAGLETON, Terry. Depois da teoria: um olhar sobre os Estudos Culturais e o pós-modernismo. Trad. de Maria Lucia Oliveira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

FOREST, Philippe. Déconstruire, reconstruire: la querelle du woke. Paris: Gallimard, 2023.


 Organizadores: Michel Mingote (UFJF), Nabil Araújo (UERJ) e Paulo Benites (UTFPR)


Prazo para submissão - 30/06/2024

Previsão de publicação: Dezembro de 2024

  

 

 


v. 25, n. 47 (2023)

Revista de Letras, Curitiba, v. 25, n. 47, jul./dez. 2023

Sumário

Estudos Literários

Mariângela Alonso
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Tiana Andreza Melo Antunes, Janaína Tonsica Marcato
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Marcelo Gonçalves Rodrigues
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Estudos Linguísticos

Andreza Marcião dos Santos
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Caroline Girardi Ferrari, Vinícius da Rosa da Silva Tavares
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Pâmela Oliveira de Castro, Taíse Simioni
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