“Quem corta uma carnaúba ofende Deus”: Alencar ambientalista

Luciano Brito

Resumo


Em companhia de O guaraniIracemaO gaúcho e O sertanejo, trata-se de retomar a relação complexa do romance alencarino com o meio ambiente, à luz da orientação recente da crítica ecológica romântica rumo à materialidade, assim como de sua própria memória crítica. A partir de um gesto que distancia o idealismo agressivo alencarino – em particular, duas ideias suas de natureza, uma ligada à nação e outra ao eu –, pode-se vislumbrar a nitidez e o panteísmo imanente que permeia sua escrita da natureza. Quatro instâncias se fazem ver: sua maneira de produzir a figuração, sua inclinação ao vínculo não figurado, sua atenção ao detalhe situante e seu sentido vivaz de organicidade. Passaríamos, assim, de um Alencar para quem a natureza não passa de uma tela de projeção rumo a um Alencar verdadeiramente ambientalista, ao mesmo tempo presente e despossuído de si, tanto agente quanto materialmente integrado a uma natureza pulsante, da qual, como todo o resto, faz parte.


Palavras-chave


José de Alencar; humanidades ambientais; romantismo; panteísmo; interatividade

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DOI: 10.3895/rl.v27n50.20110

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