O “vazio cultural” ou o pré-modernismo em Antônio Candido

Resumo

O presente artigo tem como proposta analisar a forma como Antonio Candido, um dos mais renomados críticos e ensaístas de nossa literatura, historiografou e analisou o período conhecido pelos estudos literários como pré-modernismo e/ou período pós-romântico. Tal estudo tem entre seus objetivos compreender quais foram as principais características atribuídas pelo crítico ao ‘movimento’, assim como entender de que forma elas se aproximam ou se distanciam de outras análises realizadas sobre o período – tanto àquelas que antecedem a produção teórica de Candido, como as de Tristão de Ataíde e Afrânio Coutinho, para citar algumas, quanto àquelas que as sucedem, como é o caso dos estudos de Mônica Pimenta Velloso, Luís Augusto Fischer e Flora Süssekind. Sobre os últimos, fazemos aqui referência a uma das novas tendências dos estudos literários - da qual essa pesquisa é herdeira - que visa uma maior compreensão dos períodos pré-modernista, modernista, e da própria modernidade brasileira, sem para isso ter como parâmetro apenas o modernismo paulista da Semana de 22 (com seus representantes, teóricos e críticos). Candido, como procuraremos demonstrar, não publicou extensos trabalhos para sistematizar a produção pré-modernista ou modernista, ao menos, não no nível de Formação, porém, produziu análises bem elaboradas e diversificadas sobre os períodos, que podem ser encontradas em alguns de seus artigos e ensaios, como é o caso de Literatura e cultura de 1900 a 1945: panorama para estrangeiro, hoje publicado em Literatura e Sociedade, e Plataforma da nova geração, em Textos de intervenção, textos com os quais esse artigo dialoga.