Perfil Sócio-econômico da Vitivinicultura na Região Sudoeste do Paraná
Resumo
A viticultura na Região Sudoeste do Paraná teve início com colonização da região, porém, somente a partir da década de 1990 se transformou em uma alternativa de renda e foco de investimentos produtivos. Para que esse setor possa se estruturar e se desenvolver é necessário reduzir o seu risco produtivo e de mercado. Para isso, é imprescindível que se conheça e que se possam delimitar quais são as potencialidades e problemas desse setor. Dessa forma, esse trabalho buscou caracterizar a vitivinicultura da Região Sudoeste, diagnosticando os principais entraves e potencialidades da cadeia produtiva. O estudo foi estruturado em duas fases: pesquisa com informantes qualificados e pesquisa exploratória em campo. Na primeira fase, realizou-se a coleta de dados sobre a vitivinicultura da região. A pesquisa teve abrangência nos municípios que formam o Território Sudoeste do Paraná e que têm a vitivinicultura, uma atividade com expressão ou que estejam planejando fomentá-la. Na segunda fase, utilizou-se dos Cadastros de Produtores Rurais de Uva fornecidos nas reuniões com informantes qualificados. Definiu-se que o conjunto da população objetivo seria de 372 produtores, com a amostra mínima de 18% ou seja, 67 produtores. Foram entrevistados, aleatoriamente, 73 agricultores. Os dados foram plotados em Planilhas Eletrônicas no Programa Excell, com análise e confecção de tabelas e gráficos. A vitivinicultura na Região Sudoeste é exercida por pequenos produtores rurais, com forte vertente na tradição familiar e é praticada, predominantemente, por pessoas com idade superior a 50 anos e com escolaridade até a quarta série do ensino fundamental. 70% das propriedades entrevistadas têm no máximo 1 ha de parreiras, cuja contribuição na renda bruta anual da propriedade é, em média, de 28%. A região apresenta características favoráveis ao cultivo de uvas, principalmente uvas rústicas (Vitis labrusca), as quais demonstraram boa adaptação a região. Observa-se uma forte tendência de não continuidade da atividade vitivinicola pela evasão do jovem e falta de mão-de-obra qualificada principalmente para as atividades que exigem maior conhecimento técnico.