Investigando o caráter situado do conhecimento: reflexões sobre epistemologias feministas e educação científica e tecnológica

Carla Giovana Cabral

Resumo


O afastamento histórico entre razão e emoção apartou os sujeitos feminino e masculino, construindo uma noção de objetividade que também isola em campos opostos a racionalidade científica e o compromisso social e emocional. Essa dicotomia tem alheado o gênero da construção do conhecimento científico, no que também colabora para um entendimento pouco crítico da relação entre a ciência, a tecnologia e a sociedade, tendendo a uma compreensão ingênua de que essas atividades são realizadas por um sujeito pretensamente neutro. Epistemologias feministas lançam olhares distintos sobre esses e outros aspectos, nem sempre se conciliam, há conflitos, semelhanças. Tentamos, a partir de alguns desses olhares, empreender uma análise a caminho de um conhecimento que é produto da interação entre sujeito e objeto do conhecimento - e ponto de partida para a possibilidade de uma dialogicidade. Em nossa leitura também verificamos algumas implicações da visão tradicional de ciência e tecnologia sobre a noção de objetividade e refletimos a respeito da mulher como um sujeito histórico e socialmente situado e a contribuição desse olhar para uma educação transformadora. Afinal, por que as decisões que levam em conta o caráter social e categorias como o gênero devem ser tomadas necessariamente como irracionais e não objetivas?

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DOI: 10.3895/rts.v2n3.2483

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