A subversão da imagem e a imagem da subversão: o aparato como construção de narrativas em câmeras de segurança
Resumo
As possibilidades de interpretação e construção que uma imagem detém podem ser únicas. A imagem e o vídeo constroem e ressignificam linguagens pelas suas interações com o meio social, sendo muitas vezes resultados visuais de uma necessidade prática, podendo ser posteriormente incorporadas a uma estética visual de fácil reconhecimento. O presente artigo pretende discutir a imagem e seus sentidos pela ótica da câmera de segurança. Pretende-se neste caso construir uma análise pelo viés da imagem sequencial de câmeras de segurança, bem como seus desdobramentos e apropriações como forma de linguagem na televisão, do cinema e de expressões culturais nas redes. A intenção é, sob o ponto de vista da imagem, examinar a cultura e as relações que fazemos com a construção cultural de elementos visuais, demonstrando que o aparato não só cria um estado de opressão vigilante–como no caso da câmera–, mas gera resultados imagéticos culturalmente construídos dentro do espaço-tempo ressonante que desenvolveu essas linguagens. O artigo também apresenta o rastro simbólico da imagem deixada por apropriações subsequentes, analisando estéticas baseadas na imagem gerada por câmeras de segurança dentro de programas de TV e movimentos imagéticos digitais como o vaporwave. Estes são entendidos como parte de um simbolismo construído posteriormente ao processo técnico/tecnológico, com intuitos totalmente diferenciados daqueles criados inicialmente pelas imagens originais. Essa construção simbólica se dá por meios dos processos surgidos das transmissões de TV, relações sociais e econômicas e onde o ponto de partida é o processo técnico e a imagem resultante de formas que foram criadas pelas câmeras de segurança.
Palavras-chave
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PDFDOI: 10.3895/rts.v17n49.14490
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