A ecocrítica em Canumã (2019), de Ytanajé Cardoso: uma interpretação ecosófica

Marta Botelho Lira, Maria Diovana Rolim Soares

Resumo


"Canumã: a travessia" (2019), de Ytanajé Cardoso, considerado o primeiro romance indígena, narra a história de uma comunidade Munduruku situada no rio Canumã, no coração da Amazônia. O protagonista deixa sua comunidade e viaja para a capital do Amazonas, em uma narrativa que se assemelha a uma contação de histórias, onde as crenças ancestrais, transmitidas de geração em geração, são preservadas. Agora registradas em livro, oralidade e escrita se unem para eternizar essa tradição. A ambientação ao redor do rio evoca as ideias de Ailton Krenak (2022), que afirma que nossa ancestralidade se mantém viva nas águas, influenciando nosso presente e futuro. Este artigo analisa como a literatura indígena de autoria individual, derivada da oralidade, contribui para a reconstrução da identidade dos povos indígenas, à luz das reflexões de Peres (2021), Krenak (2020) e Graúna (2013). Ademais, a preservação das tradições na literatura oral e na escrita de origem oral pode ser vista como uma prática ecosófica, conforme proposto por Félix Guattari (2012).

Palavras-chave


Ecosofia; Romance indígena; Povos Originários.

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DOI: 10.3895/rde.v15n25.18976

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