HackGirls: maratona tecnológica como ação de inclusão social e de gênero para meninas de comunidades no Brasil

Klena Sarges Marruaz da Silva, Angélica Baptista Silva

Resumo


No Brasil, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6,4 milhões de mulheres viviam em territórios, conhecidos como favelas, que concentram vulnerabilidade, onde moradia precária, falta de saneamento básico e transporte convivem com o crime organizado e a ausência de políticas sociais inclusivas por parte do Estado. Além das questões que envolvem a ausência de políticas públicas para a população em geral e para as mulheres em particular, as meninas enfrentam um grande desafio para manter seus estudos e conquistar espaços profissionais, principalmente nas áreas acadêmicas STEM, onde há pouca representação das mulheres e da população oriunda desses territórios. Este artigo relata a experiência de um hackathon para meninas realizado na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), para enfrentar desafios para a saúde de meninas em um contexto de vulnerabilidade social, onde projetos para soluções tecnológicas foram desenvolvidos a partir de desafios escolhidos por elas mesmas. O HackGirls aconteceu na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e proporcionou às meninas, alunas de escolas públicas localizadas em comunidades da cidade, a experiência de desenvolver projetos tecnológico-científicos básicos, visando estimular a experiência de produzir Ciência a partir de seu próprio contexto de realidade. Como resultado, 10 equipes de alunas apresentaram projetos de soluções tecnológicas usando aplicativos, redes sociais e plataformas digitais para apoiar meninas a melhorar as condições de saúde mental e física, reduzir a violência contra a mulher e a exclusão de meninas das atividades associadas aos homens. O hackathon foi amplamente divulgado e selecionou os melhores projetos a serem desenvolvidos com as meninas em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz.

 


Palavras-chave


Mulheres na ciência. Identidade de gênero na ciência. Inclusão social. Inovação.

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DOI: 10.3895/cgt.v16n47.16053

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