ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 2, p. 214-236, mai./ago. 2018.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – POR QUE TEACHING-LEARNING SEQUENCE (TLS)
E SENSAÇÕES?
A vivência básica do professor em sala de aula mostra que muitos alunos têm
dificuldades de entender a relação entre o conhecimento científico químico a
aplicação e presença deste no seu cotidiano, o que se torna causa evidente de
ausência de motivação (VILELA et al., 2007). Os métodos de ensino empregados
nas diversas escolas geralmente apresentam o ensino desenvolvido de desconexa
com o mundo real. Neste trabalho, deseja-se acrescentar as dimensões
epistêmicas e pedagógicas para aperfeiçoar o ensino, fazendo da TLS uma
ferramenta enriquecedora.
São muitas as discussões e teorias em torno do que são sensações. Esse
debate vem desde a Grécia Antiga, com Aristóteles, que diz: “Todos os homens
têm, por natureza, o desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das
sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesmas [...].”
(ARISTÓTELES, 1984, p. 11). De acordo com Monte:
Sensação é o ato pelo qual, diante dos objetos tomamos
conhecimento, concreto e imediato, das coisas, por meio dos
sentidos. Sentidos são poderes, faculdades fisiológicas, pelas
quais o animal percebe as propriedades acidentais das coisas,
como por exemplo, o som, o odor, o gosto, a dureza, etc.
(MONTE, 1959, p.18).
Nada chega à inteligência sem antes ter passado pelas sensações e cada
sentido reage especificamente a seu estímulo próprio (MONTE, 1959). Smart com
sua teoria de identidade nos diz que as sensações são apenas processos cerebrais,
e “que os processos e estados mentais são meramente processos e estados
sofisticados de um sistema complexo: o cérebro.” (RETONDO, 2010, p.20).
Aristóteles enfatiza muito a ideia de que as sensações, ou todas as capacidades
eram adquiridas pela experiência, Platão por sua vez, dizia que o mundo das ideias
era de caráter inato (ARISTÓTELES et PLATÃO apud RETONDO, 2009). Pois bem,
sensações são todo um conjunto de processos mentais no sistema nervoso pelos
quais o ser percebe o mundo e as coisas à sua volta.
O sentido do olfato é um dos mais importantes que temos, através do qual
possuímos a habilidade de sentir odor e aromas de alimentos, frutas, ervas ou
quaisquer outros itens que possuam compostos que provocam essa sensação.
Pode-se ainda perceber situações de perigo como arroz queimando, atrações
sexuais entre insetos, ou usá-lo instrumento de trabalho em profissões que se
especializam no uso do olfato como os provadores de vinho e queijo, tudo isso está
relacionado a nossa memória olfativa (RETONDO, 2009). Essa sensação, que por si
só, tem levado à obtenção de tantos produtos ao longo da história, como os
perfumes, essências e incensos, tem sido algo que cada vez mais está sendo
pesquisada nesses ramos, pois o olfato “tem a capacidade de nos recordar
experiências passadas. As mensagens olfativas são enviadas para áreas do cérebro
associadas à emoção, à criatividade e à memória.” (DIAS, 1996, p.3).
Pode-se definir a sensação aroma do olfato como a mistura de duas sensações:
o sabor e o odor, do qual é possível diferenciar alimentos que possuem o mesmo
sabor, como por exemplo, o brigadeiro, doce de leite e uma bala de banana e