ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 91-114, jan./abr. 2018.
O campo de conhecimento da Didática é o principal responsável pela
disseminação do termo, significados e atribuições dos objetos de ensino, por
conceber o material como um dos componentes relevantes para o planejamento
didático do professor. A didática compreende-se “ao conjunto de técnicas, através
das quais se realiza o ensino, pelo que se reúne e coordena, em sentido prático,
todos os resultados das ciências pedagógicas, a fim de tornar este ensino mais
eficiente” (NÉRICI, 1971, p.10).
A didática está “relacionada ao como ensinar, orientada por elementos que
vão desde a postura do docente até os meios empregados para promover o ensino
e garantir a aprendizagem” (FREITAS, 2007, p.13). Neste percurso envolve também
as estratégias de ensino responsáveis por organizar o saber didático utilizando-se
de materiais didáticos que possibilitem alcançar os objetivos de ensino.
A diversidade dos termos pode ser verificada pelas diferentes nomenclaturas
apresentadas na literatura da didática, tais como: meios auxiliares, material
didático e recurso de ensino (MATTOS, 1971); material didático (NÉRICI, 1971);
recursos de ensino (TURRA et al.,1975; KARLING, 1991); meios de ensino (LIBÂNEO,
1994); recurso didático (ZABALA, 1998); entre outras.
Na sua obra intitulada Sumário de Didática Geral, o autor Mattos (1971), já
usava os termos meio auxiliar e material didático para indicar os elementos básicos
utilizados como instrumentos de trabalho do professor e do aluno, a fim de
“ilustrar, demonstrar, concretizar, aplicar e registrar os fatos estudados” (MATTOS,
1971, p.116), sendo estes meios materiais os recursos para conduzir a
aprendizagem dos alunos.
Na visão de Nérici (1971) a seleção do termo material didático compreendia a
ligação do abstrato ao mundo real, não de forma a substituir a realidade, mas
maneira de representar algo da melhor forma possível, com intenção de facilitar a
compreensão do aluno. Com isso, o processo de ensino e aprendizagem se tornaria
mais eficaz pela inserção da realidade por meio de experiências diretas e o
emprego de recurso de ensino, na medida em que “pode proporcionar aos alunos
experiências para desenvolver a compreensão e a reflexão” (TURRA et al.,1975,
p.165).
Libâneo (1994) utiliza o termo, meios de ensino, com o intuito de não limitar
os objetos como única forma de representação do mundo a ser utilizados pelos
professores e alunos na organização e condução do processo de ensino-
aprendizagem, mas também inclui os recursos da localidade como espaços de
aprendizagem, como por exemplo, a biblioteca, o museu, as excursões escolares,
dentre outros.
A polissemia dos termos pode ser visto ainda nas ideias de Karling (1991) e
Turra et al. (1975), ao apontarem o termo recursos de ensino para designar os
meios de auxiliar do professor no processo de ensino e aprendizagem, podendo
ser classificado em recursos materiais e recursos humanos. A esta última tipologia
acrescenta a ideia de recursos os seres humanos responsáveis pelo processo de
ensino-aprendizagem, sendo considerados os próprios professores, profissionais
da educação, alunos e a comunidade que participa do processo educativo.
Na revisão da literatura fica evidente a variedade de termos utilizados para
denominar um meio ou recurso usado pelo professor e aluno em suas atividades
escolares. No entanto, deve-se haver o cuidado para não serem tratadas como