ACTIO, Curitiba, v. 3, n. 1, p. 75-90, jan./abr. 2018.
INTRODUÇÃO
A elaboração deste trabalho teve como ponto de partida discussões em grupo,
durante as aulas da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Educação, do curso
de Licenciatura em Química da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, onde
tentamos aliar o ensino de química com a química forense. Diante de tantas
informações disponíveis sobre tal temática, como seriados, filmes, desenhos e
livros, tentamos utilizar a química forense como uma ferramenta pedagógica,
visando facilitar a integração do aluno com os meios de comunicação e associar os
conceitos químicos com a linguagem e conhecimentos que o mesmo já possui.
Nas Orientações Curriculares Para o Ensino Médio (2006), há uma normativa
onde prega a necessidade de abordar temas sociais, do cotidiano, dentro do ensino
de química, aliando a experimentação com a teoria, como meio de motivar o
educando. A partir desse pensamento, é imprescindível reforçar as metodologias
de ensino, de acordo com as orientações curriculares, buscando suprir as
fragilidades do ensino atual, aproximando assim o conhecimento ao aluno. A
química é uma ciência que pode fornecer explicações para tudo que está presente
em nossa volta, e também apresenta grande influência na vida dos cidadãos,
portanto, conhecer e entender os conceitos químicos é útil para participar
criticamente dos contextos da sociedade atual (ALMEIDA et al, 2007).
A educação é a ferramenta de transformação social e política de grande
importância, e cabe ao professor utilizar-se de metodologias e analises para
contextualizar suas aulas e também influenciar as vidas que pulsam em sala de
aula. Trazer o cotidiano correlacionando-o com a teoria, pode fazer com que o
educando tenha uma aprendizagem mais efetiva e integrada. Todavia, é preciso
garantir essa contextualização de uma forma que desperte a curiosidade e atenção
do discente.
Muitas das vezes, o ensino se torna maçante, para o aluno e também para o
professor, as aulas se tornam repetitivas, com conteúdo muito teórico, que acaba
não deixando lacunas para o docente introduzir práticas e contextualizar o ensino.
Quando não há uma contextualização adequada, o ensino se torna algo abstrato e
distante do aluno, como afirmado por Zanon e Palharini (1995).
“Reduz-se o conhecimento químico a fórmulas matemáticas e à aplicação de
“regrinhas”, que devem ser exaustivamente treinadas, supondo a mecanização e
não o entendimento de uma situação-problema” (BRASIL, 1999). A metodologia
utilizada nas escolas brasileiras é baseada no ensino macetes, resumos, fórmulas,
esquemas, entre outras formas de estudo, com a finalidade de induzir o aluno a
memorizar o conteúdo, ao invés de realmente aprender, com isso seu rendimento
escolar decresce e automaticamente a atração pela disciplina também.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), foram
elaborados para auxiliar os professores na elaboração de suas aulas, tendo uma
fala direta para com o docente, abrangendo todos os âmbitos e dificuldades
escolares. Porém, os PCNEM não são obrigatórios, cada Estado pode ter os seus
próprios parâmetros. No Estado do Paraná o documento que rege tais práticas são
as Diretrizes Curriculares Estaduais – DCE (PARANÁ, 2008).
As DCE (PARANÁ, 2008) de química trazem uma metodologia inovadora, em
que defendem um ensino contextualizado, e uma integração entre as disciplinas,