Programa Ensino Integral e ambientes virtuais: uma relação decisiva para os novos empreendimentos técnico-pedagógicos nas escolas brasileiras

Bruno Sabatino Monteiro Fernandes de Castro, Felipe Augusto de Luca

Resumo


Um dos paradoxos da educação básica brasileira se refere ao uso das novas tecnologias para intermediar o conhecimento. Por um lado, considera-se importante introduzir os alunos às teorias e práticas das ciências (humanas, exatas, naturais, linguagens) utilizando ocasionalmente as novas tecnologias (mídias, softwares, dados online) para pesquisa; por outro lado, considera-se dispensável, e até contraproducente, que essas novas tecnologias sejam assimiladas e assumidas pelos alunos como mais eficientes do que os próprios professores, haja vista permitirem o acesso a uma massa dados não confiável e acrítica. Nesse sentido, o paradoxo da educação brasileira se sustenta sobre o embate conhecimento humano x conhecimento tecnológico, que ao nosso ver, é falacioso. Com a introdução gradual da Base Nacional Comum Curricular pensamos que esse embate tende a diminuir, pois estabelece aquilo que já vem sendo realizado com sucesso nas escolas participantes do Programa Ensino Integral. Assim, de acordo com os estudos realizados, pensamos ser possível e recomendado a elaboração de ações multinível: a partir de ferramentas conceituais trabalhadas pelos professores, os alunos podem coletar dados, pesquisas e participar de debates online, criar modelos virtuais de peças, situações e ideias, vinculando as aulas expositivas aos ambientes virtuais.


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