ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS METODOLOGIAS DA EPA E IPCC PARA INVENTÁRIO DAS EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA REFERENTES AO SETOR ENERGÉTICO/VEICULAR: O CASO DO MUNICÍPIO DE IRATI (PR)
Resumo
Este trabalho teve como objetivo comparar quantitativamente duas metodologias de inventário de gases de efeito estufa (GEE): as metodologias propostas pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) e pela EPA (United States Environmental Protection Agency). Foi objeto para tal comparação o Inventário das Emissões de GEE do Município de Irati, Paraná, ano base de 2005, no qual foi selecionado para estudo o setor energético, item veicular. Foi escolhido este item por se tratar de um dos mais significativos em termos de quantidade de emissões, fato observado em inventários tais como o do Município de Irati, Rio de Janeiro e São Paulo. Analisar comparativamente a metodologia do IPCC e da EPA se justifica pela importância de se inventariar emissões, porém tomando-se os cuidados para não incorrer em subestimativas ou superestimativas, procurando apontar de forma coerente os patamares de emissões de dióxido de carbono para direcionar eficiente e eficazmente as medidas mitigadoras. Como as metodologias abordam diferentes fatores de emissão e mecanismos de cálculo, é evidente que os resultados de inventário dificilmente serão iguais. Assim, este trabalho objetivou calcular as emissões veiculares segundo as duas metodologias em questão, utilizando os mesmos valores de consumo, para identificar possíveis discrepâncias entre resultados. Verificou-se uma diferença muito significativa: pelo método EPA foram obtidos 259.680.000 toneladas de CO2 e, pelo método do IPCC, 525.418 toneladas de CO2. Não se pode afirmar que existem erros de estimativa, mas os resultados apontam que ainda não é consenso a forma como se deve tratar das emissões de GEE.