PERSPECTIVAS DA PESQUISA EM CONTABILIDADE NO BRASIL: Um Ensaio Teórico Sobre as Abordagens Ideográficas e Nomotéticas

João Carlos Hipólito Bernardes do Nascimento, Juliana Reis Bernardes, Wellington Dantas de Souza, Josaias Santana dos Santos, Mauricio Mendes Boavista de Castro

Resumo


A partir de meados da década de 70, a academia brasileira vivenciou o surgimento e posterior predominância da abordagem Nomotética frente à Ideográfica. Caracterizada pelo termo Positivismo, esse tipo de pesquisa virou o mainstream da pesquisa em Contabilidade tendo por foco na explicação do porque da Contabilidade ser o que é, porque é que os contabilistas fazem o que fazem, e quais os efeitos que estes fenômenos têm nas pessoas e na utilização dos recursos, em detrimento do questionamento e reflexão mais aprofundado do fenômeno e, sobretudo, a consideração da complexidade humana. Nas Ciências Sociais, houve uma divisão acerca das abordagens utilizadas à condução de pesquisas conforme a proposta de Windelband, isto é, Idiográficas ou Nomotéticas. A abordagem Nomotética, busca a aquisição do conhecimento de forma muito próxima do modelo das Ciências Naturais, isto é, amostragem cuidadosa, medidas precisas, bom design e análise de hipóteses apoiadas em teorias, pautada nas técnicas quantitativas para o estabelecimento de conexões causais e utilizando como instrumento para coleta de dados, entre outros exemplos, bases de dados e questionários padronizados. Nesse aspecto, o presente ensaio teórico buscou refletir as motivações e, sobretudo, as implicações da supremacia das metodologias com abordagens predominantemente Nomotéticas frente às Ideográficas na academia brasileira. Considerando que essa hegemonia empobrece o desenvolvimento teórico e, no longo prazo, obstrui o desenvolvimento científico em profundidade, notou-se a necessidade da academia contábil introduzir formas alternativas, nomeadamente, mais críticas e radicais, que reinterpretem a informação disponível em detrimento dessa tendência estagnante e, quase sempre, de superfície que proliferam-se pela acumulação, generalização e sistematização da informação à custa da teorização aprofundada.

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